Nightmare [Nightmare]
Post-hardcore
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Enquanto algumas pessoas estão certas de que é necessário maturidade musical, energia canalizada em composições finas, organizadas regularmente com ritmos regionais e todo o resto. Pra Nightmare criar discos fabulosos, no entanto, é necessário apenas energia desregulada atirada pra todos os cantos. Não é, de forma alguma, um representante de disco perfeito – mas a obra é única (nem tanto, é semelhante a todas as outras da banda), embora não possua nenhum traço indiscutivelmente japonês nem trate-se de um gênero único.
As guitarras deliberadamente aceleradas, mas em nenhum momento fritadas aleatoriamente (pelo contrário, os solos são simples, os riffs é que são absurdos), inseridas de modo inteligente em cada trecho; os teclados ora servindo de apoio emocional ora de overdose de adrenalina; baterias simples, mas bem-executadas e sincronizadas de modo a não torná-lo um disco de “qualquer-coisa moderna” metal que seria um escape do propósito do grupo. E seu baixo, além de notável, muito bom. Não muito a se declarar da técnica vocal, que em nenhum momento decepciona, mas não é nada muito alto porque Chiba é de voz grossíssima (de modo que só não estranhei pois conheço a banda em longa data).
Mas a nota alta não provém de técnica bem-executada, embora eu não consiga dar menos de 2 estrelas pra um disco que tenha a técnica desse. A nota alta é dada pela alma energética do grupo, em ter todo esse repertório técnico adulto em composições jovens, digamos até um pouco difíceis de gostar pra quem não está acostumado com frenética musical – e além de tudo, pela versatilidade, de estar há mais de 10 anos fazendo discos sem desviar do mesmo propósito, e há mais de 10 anos sem produzir nenhum disco decadente ou ruim pelo fato de sempre renová-los em suas entrelinhas.
(talvez eu esteja julgando errado em dar todas as estrelas pro disco ao invés de 4, mas isso é algo que reconsiderarei quando der na telha)