oi! alguém se lembra de mim? é claro que se lembram, eu costumava dançar todos os dias aqui. costumava viver todos os dias aqui. todos os dias acolá. todos os dias murmurava, todos os dias gritava, todos os dias brigava. estou tão silenciosa ultimamente, não é?
não muito, pra falar a verdade.
estou satisfeita.
é verdade! satisfeita. não sei se imaginei que diria isso um dia, não mesmo. não sei como vocês, meus doces, são de auto-estima, mas quando entro numa luta eu dificilmente consigo dimensionar o que quero e como quero. só me parece instintivo: isso está errado, preciso brigar. preciso lutar. preciso fazer alguma coisa. acho que sequer tenho capacidade de imaginar que vou vencer, sempre entro por entrar, sabe, “não dá pra ficar parada vendo isso acontecer”, mas não consigo ser capaz de confiar em mim mesma a ponto de dizer “as coisas vão mudar, eu sei disso, meu esforço não será em vão”.
talvez, lá no fundo, eu consiga sentir. duvido muito que lutemos “por obrigação”, que tiremos forças para lutar por algo que não acreditamos em algum lugar do nosso coração que vai dar certo. eu lembro das minhas lutas, foram terríveis, seria incapaz de tirar forças para sobreviver no meio daquilo tudo sem algum tico de fé de que um dia tudo seria diferente. o meu problema, hihihi~! é que não consigo ver em qual lugar do coração essa fé está, então fico confusa. ainda assim insisto.
e valeu a pena ter insistido. é um conselho que dou, agora com propriedade: insistam. por favor.
a história minha e de elliot foi a aventura mais insana que já vivemos e, às vezes, desesperançosa. é verdade que não coloco todas as minhas culpas nele: não mais. mas já coloquei. sabe, tem algo de estranho em nós, meninas, que faz com que enxerguemos os erros nos nossos relacionamentos como se fossem todos masculinos mas eles dificilmente se tratam disso.
é sempre a agressividade dele, a arrogância, a passividade, a grosseria, a cafajestice. a tristeza, a depressão. a demora pra resolver um problema, a falta de atenção ao que estamos dizendo, a desconfiança de nós, a sensação de que está nos chamando de burras o tempo todo. esses problemas que, por muito tempo, me fizeram aderir a uma ultra-sensibilidade que acabou como conseqüência me tornando uma pessoa violenta.
eu já bati no elliot. ele nunca me bateu, nunca revidou, mas tenho certeza que, se fizesse, eu me sentiria a pessoa mais aterrorizada do mundo — todas as vezes que ele gritou “chega!” o grito bastou para que ficassemos dias sem nos falar, eu morrendo de medo de olhar nos olhos dele, e também de vergonha porque tudo isso começou comigo tacando coisas nele, dando murros nas costas dele, tapas e socos na cara, tentando atingir ele com algum objeto cortante como um estilete ou uma faca ou mesmo meus dentes caninos e até mesmo chocando ele contra a parede quando tive oportunidade. sabe, esses sentimentos existem, eles são inevitáveis. quando menos vê, você já está fazendo; quando mais vê, já acabaram as coisas na sua casa. e a pessoa que você tanto amava (ainda ama!) está com o rosto sangrando na sua frente.
gosto de falar disso. sabe por que? porque o elliot é indefeso. todos que olham para nós concluem que ele é um desgraçado filho da puta culpado de tudo o que aconteceu entre nós, mas não, isso não é verdade, eu juro por Deus que não é verdade! ele nunca vai falar que não é verdade, mas também nunca vai falar que não é mentira. a questão é que ele não se importa. e, por não se importar, as pessoas acreditam que ele tenta esconder para esquecer.
não, eu conheço ele: ele realmente não se importa. ele não quer procurar culpados na nossa relação, ele quer resolver o problema. então importa se defender? aliás, de que adianta expor nossa relação aos outros? quem são os outros? nem sempre isso dá certo e está certo, porque precisamos uns dos outros, mas ele já não se martiriza mais por isso. é uma dificuldade como qualquer outra a de não conseguir perceber quando está precisando de ajuda (só mais um orgulho no mar do mais típico pecado da humanidade). é normal, quando acaba errando por causa disso errou, pronto, aprendeu, tenta não fazer de novo, faz, tenta de novo, faz, até não fazer mais, acabou. é a vida.
acho que, por um tempo, o que mais nos prejudicou foi eu acreditar que ele estava errado e ele também acreditar que estava errado. é uma preocupação desnecessária com o erro, sabe? e mais da minha parte, não dele. sou muito protetora, quase uma mãe. isso é um problema muito sério… mas muito comum também! calma. é bastante instintivo ver alguém fazendo besteira e tentar evitar, seja essa besteira de fato prejudicial ou apenas nojenta, é como se na minha cabeça meter a mão no barro e comer fosse a mesma coisa que tomar uma dúzia de remédios pra arrombar o estômago. e o desespero não ajuda mas está ali, todo tempo, às vezes é a única coisa que tenho e ajo totalmente baseada nele.
é difícil porque o elliot parecia meio psicopata nos nossos piores tempos, ele fazia tudo como se não tivesse problema nenhum, não tinha sensibilidade nenhuma, e ainda me contava que tinha feito como se estivesse tudo bem. quando se é adolescente você não aprende a sentar e conversar, falar “psiu, oi, então, meu bem, isso que você está fazendo faz mal… pra você e/ou para os outros”, talvez porque não era pra ser necessário, eu não sei qual é o motivo e honestamente não sou uma garota de me importar com as origens dos problemas.
quando vejo alguém tremendo de frio eu quero jogar uma coberta, só.
com elliot não adiantava. você colocava a coberta e ele tirava, dizia “não preciso da sua ajuda” e ficava tremendo de frio. ele provocava o meu orgulho. se importar com ele não era fazer alguma coisa por ele. ele é um garoto sistemático, não se importa com palavras nem com ações (eu não estou brincando! não estou exagerando também), tem uma dedicação quase sobre-humana a desvendar as intenções das pessoas quando elas se aproximam porque não confia nelas e até por isso não é muito nutrido pelos sentimentos que elas transmitem. eu nunca entendi por que ele me escolheu. a fala dele pra me conquistar foi, literalmente, “olha, já deu, né?”. eu não decifrei isso, também não decifrei nenhuma das demonstrações de amor dele em muitos anos.
você não percebe o elliot demonstrando amor, você percebe sua vida melhorando ao lado dele. assim como ele não está preocupado em ouvir palavras por ouvir palavras, ele não perde tempo contando o que está fazendo, anunciando. ele simplesmente faz. isso requer muito da minha inteligência, mais do que eu posso suportar:
eu não consigo compreender que ele passou três horas conversando comigo sobre a minha irmã que tem depressão, sugerindo a mim algumas maneiras muito boas de lidar com isso, porque ele se importa comigo e não quer me ver desgastada com situações de família; eu nem penso na razão e, quando penso, acabo encontrando algo bem mais mesquinho que justifique alguma briga recente que tivemos.
ele não consegue deixar isso claro e nem tenta. no começo, quando notei isso, achei que era por desprezo aos meus sentimentos embora fosse até contraditório. depois percebi que tem algo dentro dele que o faz não ter energias pra explicar que está fazendo algo por amor ao mesmo tempo em que está fazendo, de fato, esse “algo” por amor. pior ainda: no começo ele tentava. porque nós brigávamos demais. ele não conseguia entender onde estava errando, por que eu não estava entendendo que ele fazia o que fazia porque queria o meu bem, então tentava explicar, e tudo piorava porque ele explicava muito mal, e aí eu ficava nervosa, e aí ele ficava nervoso, e aí eu prefiro nem contar o que vinha depois.
o fato é que, durante o tempo que estive com ele, meu relacionamento com a minha família melhorou, as notas na faculdade melhoraram e eu consegui um emprego. e sou bem honesta: devo isso a ele. sim, devo. sei que o esforço foi meu, mas ele fazia tudo parecer fácil, tudo parecer possível, eu me perdia nas minhas desculpas e ele dizia “lis, é só fazer isso”, eu relutava, acabava cedendo e por fim tudo dava certo. ele é portador de uma confiança descomunal, paradoxalmente proveniente do próprio cinismo, de que as coisas vão dar certo se você as fizer certo; e se der errado, dane-se! você fez o seu melhor, realmente não era pra dar. em muitas áreas é muito simples viver assim. sem contar o tanto de texto do meu curso de humanas que ele conseguiu entender, não sei como, e explicou pra mim falando “é simples, lis, esquece tudo isso, o autor quis dizer isso aqui” e aí fazia sentido na minha cabecinha, eu montava os slides e quando mostrava até o professor ficava maravilhado de alguém ter entendido mesmo aquele monte de besteira.
eu nunca consegui casar todas essas informações e formar o verdadeiro elliot na minha cabeça. ele só estava por inteiro no meu coração. eu o amava. eu o amo.
talvez ele estivesse inteiro antes e quem o desfragmentara fora eu, talvez não, éramos adolescentes ainda, o pior da personalidade dele havia de aflorar assim como o meu pior. quando eu vinha tentando fazer ele se sentir melhor, tentando apontar seus defeitos, ele só conseguia acatar e se tornar mais auto-crítico e também auto-rejeitável.
isso não é bom pra ele, ele já é auto-crítico por natureza, ele já se rejeita e se sabota, não precisa de mim para criticá-lo. é o contrário. ele precisa de alguém para tirá-lo das auto-críticas violentíssimas porque, se não, ele deixa de se enxergar por inteiro para ver apenas uma soma de demônios e passa a ter uma convicção incrível de que ele é apenas isso. parecem complicadíssimas aquelas situações de suicídio e da vez que ele tentou me levar com ele, mas, em suma, eram isso.
ele, por inteiro, eu confesso não saber como é. já tentaram entender o que se passa na cabeça de um homem? vocês são malucas.
tento me orientar pelos meus sentimentos, mas não os momentâneos. não aqueles que aparecem quando eu pergunto qual cor de oxford é melhor e ele responde “nenhuma”, e sim aqueles que me mantém coladinha a ele. os desejos que aparecem esporadicamente no meu coração (e, olha, no meu corpo todo) e, quando penso em alguém para depositá-los, penso nele. o que sinto quando ele me diz que tudo o que faço é especial, e vejo em seus olhos que acredita no que está falando, e lembro que se não acreditasse não estaria nem falando e que eu perceberia se fosse piada porque convivo com ele tempo suficiente para pinçar a realidade no meio do seu mar de piadas. o que sinto quando vejo ele sorrindo enquanto dirige cantando qualquer coisa. o que sinto quando entrelaçamos nossos dedos das mãos, sentados no banquinho de madeira mais mixuruca do lago, observando as imagens reproduzidas na água. isso é eterno. isso é o elliot. suas sombras estão no chão e não podem sequer sair de lá por um motivo.
talvez eu tenha muito mais a escrever sobre muita coisa. nós fizemos muita coisa no passado, tivemos um relacionamento riquíssimo em tragédias para levar para a vida toda, mas todas as nossas tragédias também foram sombra. elas não importam.
realmente acreditei que poderia ajudá-lo com alguns de seus problemas, que poderia trazer soluções. quantas vezes não me peguei montando roteiros para sua vida e insistindo para que ele se aplicasse, como se eu fosse capaz de gerenciar minha própria vida? quantas vezes disse “não. você não vai fazer isso. eu não vou deixar. eu não quero” e realmente não deixei, não dei paz até ele desistir da idéia? quanto tempo levou para eu perceber a besteira que tava fazendo? quanto tempo vai levar para eu conseguir parar de fazer isso, considerando que também está no meu sangue, que também faço sem nem mesmo perceber, que semana passada mesmo fiz mais uma vez?
a realidade consertou o elliot.
eu levei anos para entregá-lo, para desistir da minha vontade incontrolável de mantê-lo meio amor da minha vida meio meu bebê, porque não queria vê-lo sofrendo ao ser forjado pelas situações da vida. eu sou a namorada controladora número um, ele é um monstro indomável com aparência de submisso, e por algum motivo no nosso relacionamento quem tem as ferramentas de controle é ele porque ele é a pessoa que sabe o que está acontecendo e que tem o poder de conduzir a situação. eu sou atrapalhada com o controle, mesmo que o deseje a todo momento: quando está na minha mão me sinto insegura, sinto o mundo perfurando meu coração, qualquer dia sem um sorriso me emite um sinal de que fracassei; como ele consegue lidar com isso? eu não sei, realmente.
talvez doa nele da mesma forma que em mim e ele não expresse. isso me faz sofrer um pouco. mas aprendi que, se não está comigo, eu posso incentivá-lo. eu posso confiar nele, sorrir pras suas decisões, resistir ao meu impulso de dizer “eu avisei” quando algo dá errado porque todas as outras pessoas e demônios do mundo já estão dizendo a ele “eu avisei” naquele mesmo momento, até mesmo trocar esse impulso por uma palavra de incentivo e confiança de que as coisas vão melhorar.
eu… sacrifiquei tudo isso. disse “me conduza”. não sei pra quem isso dá certo e pra quem isso não dá, não quero aconselhar ninguém, estou me abrindo aqui. é que minha mania de controle só era uma mania porque eu insistia em algo que nunca poderia dar certo. ele foi meu exemplo, ele não sente necessidade de controlar e demonstrar controle, ele simplesmente… age. chega com um plano pronto, “estou afim de ir dar uma volta pelas estradas do estado, de carro mesmo, eu vou dirigindo. vamos?”, só posso dizer “sim” ou “não” e ele está pronto para receber ambas as respostas. eu acho que isso jamais vai funcionar pra lidar com as nossas emoções, mas é tudo o que preciso pra lidar com esses trambolhos que no fundo eu nem queria lidar mesmo.
é por ter percebido isso tudo que entrei em choque nesses últimos tempos e não sei o que fazer.
nós reviramos as nossas memórias e lembramos de tudo que passamos. talvez quem tenha visto por fora e nos conheça desses tempos mais perturbados tenha imaginado que era a mesma coisa, que o trem tinha se desgovernado novamente e agora eu estava agindo como há cinco anos, até eu mesma acreditei em algum momento que era isso.
nós tentamos entender o que aconteceu. nós entendemos que era saudade. ele, de mim. eu, dele. pra mim, eu com muito mais saudade dele do que ele de mim. pra ele, ele com muito mais saudade de mim do que eu dele. isso de “no relacionamento tem sempre a pessoa que ama mais e a pessoa que ama menos” é uma piada de mau gosto, muito bem tecida por pessoas que não notaram que o amor não sou eu, o amor não é ele, o amor é o chão onde nós dois pisamos e dançamos a valsa e nos beijamos enquanto chove.homi
estávamos muito distantes, prometemos que ficaríamos distantes talvez pra sempre. eu não queria me aproximar, sabia que atrapalharia. às vezes mandava um recado, uma cartinha, não pra me fazer presente mas porque é frio e doloroso saber que a pessoa em quem você continua pensando todos os dias pode estar sem uma coberta, eu não resisti a esse sentimento, ele me partiu ao meio várias vezes. se virtude é essa resistência, devo dizer que aceito o título de mulher mais viciada. algumas cartas mandei até mesmo anonimamente, mas tinha a minha letra, o meu jeitinho de escrever, o meu cheirinho, ele sabia que era eu. sempre fiquei me sentindo uma idiota, “por que não tive coragem de colocar meu nome dessa vez?”. era porque eu queria que ele fantasiasse meu nome.
o que nós passamos juntos não pode ser substituído. nós sobrevivemos a dores demais, estamos conectados demais. nós nos agredimos, nós tentamos nos matar. nós ensaiamos as fantasias de paixão e ódio mais vorazes, nós nos perdemos, nós nos encontramos. nós estudamos juntos, compramos coisas juntos, falamos bem das pessoas juntos, falamos mal das pessoas juntos. fizemos amigos juntos, fizemos inimigos juntos. viajamos juntos. nós nos conhecemos juntos, ele se conheceu comigo, eu me conheci com ele, ele me conheceu e eu o conheci.
lembrar de tudo isso foi suficiente para abalar nossa vida por dias. tudo desmoronou, como se numa seqüência diabólica de acontecimentos para tentar nos aprisionar em nossas memórias do passado. não deu muito certo.
superada a fase inicial de desgraça, eu tive que me deparar com aquele choque que tive mais cedo: o elliot não se vê mais dentro da própria sombra.
vocês sabem? a gente luta tanto, se esforça tanto, que não acredita quando dá certo de verdade. percebi que por algum motivo nunca tinha imaginado como seria um elliot após vencer toda aquela desgraça que vencemos no passado, como seria um elliot que aprendeu a lidar com o fardo dos suicídios fracassados, como seria um elliot que transformou a sua depressão em esperança. como seria um elliot capaz de conviver com as pessoas. eu nunca pensei nisso. talvez porque, como disse, o elliot não cabe na minha cabeça, ele cabe apenas no meu coração; eu não consigo dimensionar o que ele pensa, não conseguia imaginar quais áreas da sua mente estavam fechadas para ele não conseguir enxergar o que havia de bom ao seu respeito, e agora não consigo imaginar quais áreas se abriram pra ele se tornar o homem que se tornou.
mas ele se tornou.
eu posso dizer com todas as letras: estou confortável de viver com ele. com todos os seus problemas, com sua personalidade esquisita, e ainda tendo de falar um total de quinze vezes por dia “pode repetir, por favor? não entendi o que você falou”.
eu ainda me sinto horrível de parecer uma biscate perto de um santo por falar demais, ainda mais quando sobre o que não devia. ainda acho que estou atrapalhando alguma coisa toda vez que ele me responde brevemente ou sem olhar nos meus olhos direito. mas muitos olhares que antes interpretava como uma afronta, uma agressão, hoje me acolhem e dizem tranquilamente que eu posso ceder se quiser. tranquilo, aliás, é algo que ele é bem mais agora: as palavras dele adquiriram uma certa doçura que antes não tinham, talvez porque as energias dele voltaram e eu já nem lembrava mais como era um elliot com energias.
muita coisa ainda é como era antes. e graças a Deus é como era. eu gosto do conflito, eu gosto de joguinhos e armadilhas e ele odeia e é justamente essa a graça dos joguinhos e armadilhas. mas tanta coisa mudou com relação aos problemas terríveis, tantas portas violentas se fecharam… nesses últimos dias, quando tive alguns dos sentimentos horrorosos que se tornaram rotina no passado e estava lidando com eles até então, ele simplesmente não se relacionou com eles. fechou as portas. disse um “não” com as próprias emoções, sutilmente, me deu um abraço profundo e me disse “lis, não, a gente não precisa mais fazer isso”. ele sempre soube que eu me sentia mal fazendo isso. o que aconteceu? eu passei a noite toda chorando. como? quem é esse elliot? por que ele sabe lidar tão bem comigo, por que tão sensível?
eu… não sabia. eu não sei. eu estou perdida.
eu não sei o que dizer.
quantas noites eu fiquei de joelhos por isso? quantas lágrimas eu derramei por isso? por que é tão, mas tão, mas tão melhor do que eu esperava, de uma maneira que eu sequer sei lidar? é justo? é… o que foi que eu fiz? eu fiz alguma coisa? meu Deus do céu?
o amor cura.
o amor, definitivamente, cura.
eu te amo, elliot.