Passamos por bastante coisa. Descobri que és mais forte do que parecia, e que eu era mais fraca do que parecia. Mas encaremos a situação atual como devemos encarar.

Existem fraquezas exclusivamente minhas. Existem fraquezas exclusivamente suas. E existem fraquezas nossas.
E é muito difícil quando preciso expor as minhas.
E é muito mais difícil ainda quando ambos precisamos expor as nossas.
Mas, no momento, você precisa expor as suas. Aprendemos juntos a analisar o que está acontecendo, então botemos em prática todo esse aprendizado — aonde está doendo? Você pode apontar só a mim, e também pode apontar aos outros, ou pode continuar sem apontar a ninguém. A escolha é sua.

Eu sei que vai ser difícil. Pra falar a verdade, cresci muito como ser enquanto me aproximava, porque eu descobri o quão diferentes somos uns dos outros. Mesmo quando tão próximos. Mesmo quando quase iguais. Mesmo quando pertencentes às mesmas cordas. Sei que existem coisas que parecem simplesmente impossíveis, sei que existem contradições que não deviam estar ali; sei que devia haver mais lógica, menos ilusões; sei que, não fosse tão místico, seria muito mais fácil. Acredite, eu sei muita coisa, porque eu sinto muita coisa que você sente.
E serei tolerante com toda a retração gerada pelo que você está sentindo. Quero ajudar, quero… alcançar o que está aí, não quero que se sinta só com algo tão difícil, como sempre se sentiu. Eu quero te mostrar que não só eu, como muita gente está do seu lado — eu não entendo como você ainda não enxerga, mas eu já sei me botar no meu lugar, não tenho o direito de impôr qualquer entendimento pessoal ao que você está pensando. Afinal, é você, não eu. É o tipo de atitude que você mais detesta, não é?
Eu prometo: mais nenhum arranhão, nenhum puxão, nenhum sufocamento, nenhum soco. Prometo não te violar nunca mais.

Mas não prometo silêncio.
Nem prometo aceitação ao seu cinismo, à sua falta de esperança, ao seu desejo de morrer.
O que eu prometo é uma luta justa por você. E não porque eu dependo de você pra existir, na verdade eu nunca me importei com isso. É só porque te amo, mesmo, e quero te ver feliz novamente — não quero alterar sua essência, não posso, não posso te tornar um boneco positivista e honestamente gosto do seu ceticismo até inocente; só que fiz questão de explorar tudo o que podia de você, a ponto de descobrir se essa morbidez estava de fato incluída na sua raiz, e ela não estava. Então eu posso remover.

E então, eu vou remover.